Pular para o conteúdo principal

Postagens

Breve história do intercâmbio entre a África e a Europa

Breve história do intercâmbio entre a África e a Europa Pierre-Paul-François-Camille Savorgnan de Brazza (1852-1905) em sua última jornada no Congo. Explorador francês Nada de novo havia na escravidão hereditária, que vinha dos tempos da Grécia e da Roma. Mas a Europa contribuiu, a partir do Renascimento, com algumas novidades: nunca antes tinha sido determinada a escravidão a partir da cor da pele, e nunca antes, a venda de carne humana tinha sido o mais brilhante negócio internacional. Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, a África vendia escravos e comprava fuzis: trocava braços por violência. Depois, durantes os séculos XIX e XX, a África entregava ouro, diamantes, cobre, marfim, borracha e café e recebia Bíblias: trocava a riqueza da terra pela promessa do céu. SÍNTESE E PUBLICAÇÃO:  FERNANDA E. MATTOS,  AUTORA E COLUNISTA DO BLOG.  REFERÊNCIA:  espelhos, P.148 EDUARDO GALEANO. P.282. EDITORA: L&PM EDITORES, 2008...
Postagens recentes

ESTRANGEIRO

ESTRANGEIRO Ilustração de @EnekoHumor  No jornal do bairro do Raval, em Barcelona, a mão anônima escreveu: - Teu Deus é judeu, tua música é negra, teu carro é japonês, tua pizza é italiana, teu gás é argelino, teu café é brasileiro, tua democracia é grega, teus números são árabes, tuas letras são latinas. Eu sou teu vizinho. E tu dizes que o estrangeiro sou eu? SÍNTESE E PUBLICAÇÃO:  FERNANDA E. MATTOS,  AUTORA E COLUNISTA DO BLOG.  REFERÊNCIA:  O CAÇADOR DE HISTÓRIA, P.69 EDUARDO GALEANO. P.282. EDITORA: L&PM EDITORES, 2014.  É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons  Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

"Hitler, o inventor das guerras preventivas"

"Hitler, o inventor das guerras preventivas" Em 1939, Hitler invadiu a Polônia porque a Polônia ia invadir a Alemanha.  Enquanto um milhão e meio de soldados alemães se derramavam no mapa polaco e uma chuva de bombas caía dos aviões, Hitler expunha sua doutrina das guerras preventivas: é melhor prevenir  que remediar, eu mato antes que me matem. Hitler fez escola. A partir de então, todas as guerras preventivas, países que comem países, se dizem guerras preventivas. Os filhos dos dias, p.282 SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA DESTE BLOG. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

“A BOMBA DE DEUS” - Em 1945, enquanto este dia nascia, Hiroshima morria”

“A BOMBA DE DEUS” -  Em 1945, enquanto este dia nascia, Hiroshima morria” Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima, no livro “A última mensagem de Hiroshima. Ilustração da bomba presente na capa do livro.  Em 1945, enquanto este dia nascia, Hiroshima morria. Na estreia mundial da bomba atômica, a cidade e sua gente viraram carvão em um estante. Os poucos sobreviventes perambulavam, mutilados, sonâmbulos, no meio de ruínas fumegantes. Andavam nus, e em seus corpos as queimaduras haviam estampado as roupas que usavam quando houve a explosão. Nos restos das paredes, o relâmpago do fogo da bomba atômica tinha deixado impressas as sombras do que houve: uma mulher com os braços erguidos, um homem, um cavalo amarrado... Três dias depois, o presidente Harry Truman falou pelo rádio: Disse: - Agradecemos a Deus por ter posto a bomba em nossas mãos e não nas mãos dos nossos inimigos; e rogamos a Deus que nos guie em seu uso, de acordo com ...

''ADOTE UM BANQUEIRINHO!''

''ADOTE UM BANQUEIRINHO!'' No ano de 2008, a Bolsa de Valores de Nova York foi a pique. Dias histéricos, dias históricos: os banqueiros, que despojado de suas empresas, embora jamais tenham sido filmados pelas câmeras de vigilância e nenhum alarme tenha disparado. E não houve maneira de evitar a derrocada geral. O mundo inteiro desmoronou, e até a Lua, teve medo de perder o emprego e se ver forçada a procurar outro céu. Os magos de Wall Street, especialistas em vender castelos no ar, roubaram milhões de casas e de empregos, mas um único banqueiro foi preso. E, quando imploraram aos berros uma ajudinha pelo amor de Deus, receberam, pelo mérito do seu labor, a maior recompensa concedida da história humana. Essa dinheirama teria bastado para alimentar todos os famintos do mundo, com sobremesa e tudo, daqui até a eternidade. Ninguém pensou nisso. Os filhos dos dias, p.295. SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA...

O mundo de pernas pro ar: "A impunidade militar" Parte III - Eduardo Galeano

A FACULDADE DE IMPUNIDADES – PARTE III: “A impunidade militar” A impunidade militar é o mais intensivo dos cursos da faculdade de impunidades. O acelerado desprestígio do poder civil, em toda a América Latina, dá a medida de seus êxitos este curso está centrado na aceitação da lei do mais forte como lei natural. Caluniando a selva, a cultura urbana chama de “lei da selva” aquela que rege nossa civilizada vida.  Na vertigem da competição, na luta pelo dinheiro e pelo poder, a economia de mercado e a ordem imperial confirmam, a cada dia, a moral militar: a humilhação é o destino que merecem os fracos - os países fracos, as empresas fracas, os governos fracos, as pessoas fracas. A dívida militar, traduzida em uma asfixiante dívida externa, não é preço de desenvolvimento. As ditaduras militares, que em anos recentes nos sujaram de lodo e medo, deixaram para a democracia uma hipoteca dupla. Os governos civis aceitaram, sem chiar, essa herança maldita: o pagamento ...

As ditaduras militares

As ditaduras militares As ditaduras militares, que em anos recentes nos sujaram de lodo e medo, deixaram para a democracia uma hipoteca dupla.  Os governos civis aceitaram, sem chiar, essa herança maldita: o pagamento das dívidas e o esquecimento de seus crimes . Agora, todos trabalhamos para pagar juros e vivemos em estado de amnésia. (...)  A dívida militar, também é o preço do terror; e a impunidade nos impede de sabe-lo, porque nos proíbe de recordá-la. Nós dizemos não Página 66-67. SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA DESTE BLOG. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .