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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

O mundo de pernas pro ar: "A impunidade militar" Parte III - Eduardo Galeano

A FACULDADE DE IMPUNIDADES – PARTE III: “A impunidade militar” A impunidade militar é o mais intensivo dos cursos da faculdade de impunidades. O acelerado desprestígio do poder civil, em toda a América Latina, dá a medida de seus êxitos este curso está centrado na aceitação da lei do mais forte como lei natural. Caluniando a selva, a cultura urbana chama de “lei da selva” aquela que rege nossa civilizada vida.  Na vertigem da competição, na luta pelo dinheiro e pelo poder, a economia de mercado e a ordem imperial confirmam, a cada dia, a moral militar: a humilhação é o destino que merecem os fracos - os países fracos, as empresas fracas, os governos fracos, as pessoas fracas. A dívida militar, traduzida em uma asfixiante dívida externa, não é preço de desenvolvimento. As ditaduras militares, que em anos recentes nos sujaram de lodo e medo, deixaram para a democracia uma hipoteca dupla. Os governos civis aceitaram, sem chiar, essa herança maldita: o pagamento ...

As ditaduras militares

As ditaduras militares As ditaduras militares, que em anos recentes nos sujaram de lodo e medo, deixaram para a democracia uma hipoteca dupla.  Os governos civis aceitaram, sem chiar, essa herança maldita: o pagamento das dívidas e o esquecimento de seus crimes . Agora, todos trabalhamos para pagar juros e vivemos em estado de amnésia. (...)  A dívida militar, também é o preço do terror; e a impunidade nos impede de sabe-lo, porque nos proíbe de recordá-la. Nós dizemos não Página 66-67. SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA DESTE BLOG. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

OS INVISÍVEIS

OS INVISÍVEIS Em novembro de 2012, um incêndio queimou vivos cento e dez operários em Bangladesh. Eles trabalhavam nas chamadas sweatshops, oficinas de suor, com nenhuma segurança, e nenhum direito. Pouco depois, em abril do ano seguinte, outro incêndio queimou vivos mil cento e vinte e sete operários em outros sweatshops de Bangladesh. Eram todos invisíveis, como continuam sendo invisíveis os escravos de muitos outros lugares do mundo globalizado. Seus salários, um dólar por dia, também são invisíveis. Visíveis são, porém, os preços impagáveis das roupas que suas mãos produzem para Walmart, JCPenney, Sears, Gap, Benetton, H&M... O caçador de histórias, p. 81