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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Máscaras: “A mesa está posta e a civilização ocidental não nega a ninguém o direito de mendigar as sobras”

“A mesa está posta e a civilização ocidental não nega a ninguém o direito de mendigar as sobras” Os pobres perdem suas plumas, perdem sua pintura, perdem suas máscaras visíveis, máscaras que desmascaram máscaras da liberdade fugaz e as colocam as outras da rotina, da obediência e da miséria. Até o próximo carnaval chega, as rainhas voltam a lavar pratos e os príncipes a varrer as ruas. Eduardo Galeano, em: Nós dizemos não p. 73 SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA DESTE BLOG. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

De costas para a vida

De costas para a vida Ilustração de @EnekoHumor Os donos do poder se refugiam no passado, acreditando que ele está quieto, está morto, para negar o presente, que se move, que muda; e também par esconjurar o futuro. A história oficial nos convida a visitar um museu de múmias. Assim, não há perigo: pode-se estudar os índios que morreram há séculos e, ao mesmo tempo, pode-se admirar as ruínas portentosas dos templos da antiguidade, enquanto se assiste de braços cruzados ao envenenamento dos rios e à destruição dos bosques onde os índios têm morada na atualidade. A conquista continua, em toda a América, de norte a sul, e contra os índios vivos continuam os desalojamentos, os saques, as matanças. E continua o desprezo: os meios modernos de comunicação, que difundem o desprezo, ensinam o autodesprezo aos vencidos; em plena época de televisão, as crianças brincam de cowboys, e é difícil encontrar quem queira fazer o papel do índio. Eduardo Galeano, em: Nós diz...

O mundo como um prato

O mundo como um prato A amnésia não é triste privilégio dos países pobres. Os países ricos também aprendem a ignorar. A história oficial não lhes conta, entre riqueza, que não é inocente, vem em grande medida da pobreza alheia, e dela se alimenta mais e mais. Impunemente, sem que a consciência doa ou a memória queime, a Europa pode confirmar a cada dia, que a terra não é redonda. Tinham razão os antepassados: o mundo é um prato, e depois abre-se o abismo. No fundo desse abismo, jazem a América Latina e todo o resto do terceiro mundo. Eduardo Galeano, em: Nós dizemos não p. 37 SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA DESTE BLOG. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

"Dez mandamentos da Escola do mundo ao avesso" (De pernas pro ar)

"Dez mandamentos da Escola do mundo ao avesso" (De pernas pro ar)  Se Alice voltasse:    Há mais de 130 anos, depois de voltar do país das maravilhas, Alice entrou em um espelho para descobrir o mundo ao avesso. Se Alice renascesse em nossos dias, não precisaria atravessar nenhum espelho: bastaria que chegasse à janela. Encontraria o mundo assim, de pernas pro ar, ao avesso.  OS DEZ MANDAMENTOS:  1º  O mundo ao avesso despreza a honestidade e recompensa a falta de escrúpulos, alimentando uma espécie de "canibalismo".  2º  No mundo ao avesso, as injustiças e a miséria é considerada sendo um fenômeno natural. Nesta ideia, a natureza recompensaria então os mais aptos e castigaria os mais fracos. 3º  No mundo ao avesso, a conduta assassina (desvio da conduta social) passam a ser uma das virtudes do comportamento humano. Na escola do mundo ao avesso, as probabilidades de que um banqueiro desfrutar a vontade os frutos de seus gol...

Breve síntese sobre o sentido do título do livro: "De pernas para o ar - A escola do mundo ao avesso

Breve síntese sobre o sentido do título do livro: "De pernas para o ar - A escola do mundo ao avesso" Se Alice voltasse:  Há mais de 130 anos, depois de voltar do país das maravilhas, Alice entrou em um espelho para descobrir o mundo ao avesso. Se Alice renascesse em nossos dias, não precisaria atravessar nenhum espelho: bastaria que chegasse à janela. O mundo ao avesso nos ensina a padecer a realidade ao invés de de escutá-lo e aceitar o futuro ao invés de imaginá-lo: assim pratica o crime, assim o recomenda. O mundo ao avesso: despreza a honestidade, castiga o trabalho, recompensa a falta de escrúpulos e alimenta o canibalismo. Seus mestres caluniam a natureza: a injustiça, dizem, é a lei natural.  A corja financeira sequestra os países e os arrasa se não pagam o resgate. As grandes empresas fazem a digestão das pequenas empresas e os países fortes devores países fracos.  Os bancos mais conceituados são os que mais narcodólares lavam e mais dinheiro r...

“No mundo ao avesso, a educação não compensa”

“No mundo ao avesso, a educação não compensa” por Eduardo Galeano Se Alice voltasse: Há mais de 130 anos, depois de voltar do país das maravilhas, Alice entrou em um espelho para descobrir o mundo ao avesso. Se Alice renascesse em nossos dias, não precisaria atravessar nenhum espelho: bastaria que chegasse à janela. No mundo ao avesso, a educação não compensa. O ensino público na América Latina é um dos setores mais castigados pela nova situação do trabalho. Os professores recebem elogios, são homenageados com discursos afetados que exaltam o trabalho abnegado dos apóstolos dos magistério que, com suas mãos amorosas, moldam a argila das novas gerações; e, além disso, recebem salários que só se enxergam com lupa.   O Banco Mundial chama a educação de “um investimento em capital humano”, o que, de seu ponto de vista, é um elogio, mas, num informe recente, propõe como possibilidade reduzir os salários dos professores nos países onde “a oferta de professores” permite m...

“O emprego e desemprego no tempo do medo”

“O emprego e desemprego no tempo do medo” por Eduardo Galeano A precariedade do emprego, fator principal, junto com o desemprego, da crise dos salários, é universal como a gripe. Sofre-se dela em todas as partes e em todos os níveis. Não respiram em paz nem sequer os trabalhadores especializados dos setores sofisticados e dinâmicos da economia mundial. Quem se salva do terror da falta de trabalho? O desemprego se multiplica a delinquência e os salários humilhantes a estimulam. Jamais teve tanta atualidade do velho provérbio que ensina: “o vivo vive do bobo e o bobo do seu trabalho”. De resto, já ninguém diz, porque ninguém acreditaria, trabalha e prosperarás. Não há no mundo mercadoria mais barata do que a mão de obra. Enquanto caem os salários e aumentam os horários, o mercado de trabalho vomita gente. Pegue-o ou deixe-o, porque a fila é comprida. A sombra do medo morde os calcanhares do mundo, que anda que te anda, aos tombos, dando seus últimos passos rumo...

"ROUBAM-NOS O DIREITO DE SERMOS AMERICANOS"

"ROUBAM-NOS O DIREITO DE SERMOS AMERICANOS" Roubaram-nos o direito de sermos de fato "os tais americanos".  "Agora, os americanos são eles. E nós, que vivemos nas outras Américas, o que somos?" Crítica a respeito do apoderamento dos yanquees a respeito "codinome América e o ser americano". Arte de Paulo Sérgio Zerbato Eduardo Galeano - Livro: Espelhos   SÍNTESE E PUBLICAÇÃO: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E EDITORA DESTE BLOG. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte.  Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .